São Paulo – Os preços dos produtos industriais na porta de fábrica, ou seja, sem o custo de frete ou impostos, medidos pel Índice de Preços ao Produtor (IPP), desacelerou de 0,65% em dezembro para elevação de 0,32% em janeiro, no sexto mês seguido de taxas positivas, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (05).
O índice poderia ter subido mais não fosse pela queda de 2,01% nos preços dos alimentos, que impediu uma alta mais elevada, ajudando a conter o IPP em -0,47 ponto porcentual.
As maiores elevações foram registradas pelas indústrias extrativas (5,52%), metalurgia (3,11%) e borracha e plástico (2 01%).
Em termos de influência, os principais impactos positivos sobre o IPP foram dos aumentos nos preços das extrativas (0,25 ponto porcentual), metalurgia (0,18 ponto porcentual) e veículos automotores (alta de 1,23% e impacto de 0,10 ponto porcentual).
As elevações disseminadas foram puxadas por diversos fatores, como a valorização do dólar e a alta em preços de commodities, explicou Manuel Campos, gerente do IPP no IBGE.
“Tem alguma influência do dólar. O setor metalúrgico, com peso do dólar mais alto, ganhou competitividade e agora está conseguindo repassar preços. Outros veículos de transportes são influenciados pelo dólar, com avião, navio. O fumo também tem impacto do dólar”, lembrou Campos, que contabiliza uma alta de 0 97% da moeda americana ante o real em janeiro.
Já o aumento na cotação do minério de ferro impulsionou os preços das indústrias extrativas, principal pressão sobre o IPP de janeiro, com avanço de 5,52%.
A inflação da indústria só ficou mais comportada no primeiro mês de 2020 por conta de uma redução de preços de 7,09% no grupo abate e fabricação de produtos de carne, que inclui bovinos, aves e suínos.
Apesar da queda, o grupo ainda não devolveu todo o aumento acumulado no segundo semestre de 2019, quando houve pressão da demanda chinesa por esses produtos.